At first glance, Wolfgang Bauer's microdramas, written in the 1960s, appear to be nothing more than funny little jokes about the dramatic genre and its conventions. Based on the assumption that they also had a considerable provocative - and even political - potential, especially in the conservative context of Austria in the 1960s, this article proposes a reflection about the relationship between the comical and the provocative dimensions of these texts. Based on studies of the characteristics and effects of Bauer's work (Antonic [2017; 2018]; Melzer [1981], Waggershauser [2016]), as well as Peter L. Berger's (1998) and Uwe Wirth's (1999) studies about the comical human experience, this article proposes that Bauer's microdramas are not just an example of a very innovative meta-theater. They may elicit a liberating, "redeeming" laughter that can also be felt as a political provocation, especially in social contexts marked by essentialist and/or fundamentalist discourses. À primeira vista, os microdramas de Wolfgang Bauer, escritos nos anos 1960, parecem ser nada mais do que pequenas brincadeiras engraçadas com o gênero dramático e suas convenções. Partindo da constatação que eles tiveram um considerável efeito provocativo, e até político, no contexto conservador da Áustria daquela década, propõe-se uma reflexão sobre a relação entre a sua comicidade e o seu potencial incitador. Com base em estudos sobre características e efeitos da obra de Wolfgang Bauer (Antonic [2017; 2018]; Melzer [1981], Waggershauser [2016]) e nas teorizações sobre a experiência do cômico de Peter L. Berger (1998) e Uwe Wirth (1999), este artigo sugere que os microdramas de Bauer não são apenas um exemplo de metateatro bastante inovador. Eles permitem surgir um riso "redentor", libertador, que também pode ser sentido como uma provocação política, especialmente em contextos sociais marcados por discursos essencialistas e/ou fundamentalistas.
|