Este artigo reavalia a fase literária pop do escritor suíço Christian Kracht em relação aos seus últimos dois romances históricos. A superfície, ou até a superficialidade, talvez explique a ênfase da literatura pop dos anos 1990 em labels, servindo apenas como enumeração de elementos concretos, sem jamais entrar no abstrato. Argumentamos, quando nos referimos a Christian Kracht, que ele abandona tais tendências com seus últimos dois romances, "Imperium", de 2012, e "Os mortos", de 2017, sem, entretanto, renunciar à ambivalência entre o superficial e o profundo, pois ele foge habilmente de qualquer posição unívoca, tanto na forma narrativa em seus romances, quanto na forma extraliterária em entrevistas ou informações biográficas. Em virtude disso, há incertezas e ambiguidades quanto a um suposto "núcleo" autêntico ou verdadeiro de sua obra, sendo impossível distinguir claramente entre a teatralidade ficcional e a não-ficcional. This article reviews the literary works of the Swiss writer Christian Kracht in the 1990s, considered to be pop literature, in relation to his last two historical novels. The surface, or even superficiality, which perhaps explains the emphasis of pop literature of the 1990s on labels, served mainly as an enumeration of concrete elements, without ever entering the abstract. Concerning Christian Kracht, this article argues, that he abandons such tendencies with his last two novels, "Imperium" (2012) and "The Dead" (2017), without, therefore, renouncing the ambiguity between the superficial and the deep, for he cleverly escapes from any univocal position, either in a narrative way in his novels, or in an extraliterary way in interviews or biographical information. By virtue of this, there are uncertainties and ambiguities as to an authentic or true "core" of his work, and makes it impossible to distinguish clearly between fictional and nonfictional theatricality.
|